Simpósio de Zoologia da UFPB
JOAO PESSOA, 13 de abril a 4 de setembro de 2020

Ementas minicursos

Abaixo encontram-se as descrições dos minicursos enviadas pelos ministrantes

 

Minicursos com carga horária 12h (terça, quarta, quinta)

  • Avaliação da saúde dos ambientes recifais: ecologia de peixes e corais como ferramenta para conservação - Me. Antônio Felinto; Me. Érika Santana (20 vagas)

Os impactos globais e locais afetaram drasticamente os ambientes recifais nas últimas décadas, aumentando com a expansão urbana e demanda por recursos naturais. O longo histórico de exploração somado aos eventos climáticos e desastres ambientais, a exemplo do vazamento de petróleo que atingiu a costa nordeste do Brasil recentemente, põe em risco a saúde dos recifes costeiros, uma vez que estes habitats são bastante sensíveis. Por meio de diversos estudos realizados nas últimas décadas, é possível afirmar que estes ecossistemas estão altamente conectados com outros ambientes. Portanto, o efeito dos impactos aos recifes é uma ameaça de grande proporção. Organismos altamente móveis, como os peixes, que estão em constante migração entre habitats, assim como aqueles sésseis, a exemplo dos corais, respondem rapidamente às mudanças nos recifes, sendo ótimos indicativos da saúde destes ambientes. O branqueamento e as doenças em corais representam as duas principais causas de mortalidade em massa e consequente perda da biodiversidade em ecossistemas recifais, o que afeta diretamente outras espécies que dependem destes organismos, como os peixes. Portanto, entender à ecologia destes dois grupos é necessário para compreendermos o estado atual dos recifes, bem como para identificarmos meios efetivos para seu monitoramento. Desta forma, o minicurso tem como objetivo: (1) apresentar as características dos ambientes recifais, abordando sobre os principais grupos bentônicos e a distribuição das espécies de peixes recifais e corais comuns na costa brasileira, bem como sobre os padrões de conectividade entre habitats costeiros; (2) demonstrar os principais grupos funcionais e os aspectos reprodutivos e comportamentais de peixes recifais; (3) discutir sobre a saúde dos corais. Pretende-se tratar essas questões de forma expositiva, dialogada e prática, demonstrando as principais metodologias aplicadas à ecologia de peixes e corais para o monitoramento de recifes, visando incentivar a elaboração de projetos que possam contribuir para a conservação de áreas costeiras.

 

  • Enriquecimento e Condicionamento Animal - Me. Marilia Gabriela Maia (15 vagas). Obs. No terceiro dia, o curso será realizado na "Bica" (transporte por conta do inscrito)

Parte teórica, falando um pouco de Bem estar, com foco em enriquecimento e condicionamento animal. Será necessário enviar uma solicitaçao a Bica, para uso do espaço, como uma aula. Parte prática, com enriquecimento animal e demonstração de condicionamento, mostrando a importancia do mesmo, no zoologico.

 

  • Estatística descomplicada para leigos e entusiastas – Me. Welton Dionisio da Silva; Lucas José Macêdo Freire (20 vagas)

A estatística é extremamente importante em diversas subáreas da biologia como a ecologia, evolução, comportamento animal e diversas outras. Seu uso é inestimável desde o delineamento experimental de um estudo até a derradeira análise de dados e interpretação dos resultados. Apesar disso, a disciplina encontra aversão por muitos estudantes e mesmo entusiastas no assunto podem ter dificuldade ou utilizá-la de forma equivocada. O resultado são pesquisadores sem independência analítica e que experienciam frequentemente erros de desenho amostral e uso de análises inadequadas. O cerne desse problema está na compreensão dos conceitos principais da estatística. Por isso, o intuito principal desse curso é dialogar de forma interativa e descomplicada sobre esses conceitos com exemplos simples e práticos.Os principais conceitos abordados serão: tipo de dados (quantitativos e qualitativos), população, amostra, média, mediana, variância, quartil, frequência, distribuição dos dados, representação de dados, testes de hipóteses, teste de normalidade, teste de variância, e uso de testes paramétricos ou não-paramétricos. Além da execução de análises básicas no software R como teste Shapiro-Wilk, teste de Levene, teste t-student, teste de Mann-Whitney, qui-quadrado, teste G, correlação de Pearson e Spearman, ANOVA, Kruskal-Wallis, e regressão múltipla.

 

  • Introdução a Sistemas de Informação Geográfica – Dr. Mário Moura (15 vagas) Obs.: Os participantes deverão possuir computador/notebook pessoal com 10GB de espaço livre.

A recente expansão e popularização de tecnologias geoespaciais muitas vezes não é acompanhada de base fundamental que indique precauções e cuidados a serem considerados no desenvolvimento de trabalhos com dados espacialmente referenciados. Entender o funcionamento de sistemas de informação geográfica é extremamente útil para profissionais que trabalham com coleta e processamento de dados espaciais, útil diversas áreas de atuação, como Biologia, Geografia, Engenharia Florestal, Engenharia Agronômica, Engenharia Ambiental, analista ambiental atuando no setor privado ou em instituições/órgãos público, entre outros. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: curso dividido em cinco partes com o seguinte conteúdo: [1] Introdução a ciência da geoinformação: histórico, aplicações gerais, aplicações em biodiversidade. [2] Noções básicas de cartografia: sistema de projeção; sistema de coordenadas geográficas, sistema de coordenadas projetadas (UTM); sistema de referência geodésica (datum horizontal e vertical). [3] Sistemas de navegação por satélites artificiais: histórico; GPS vs A-GPS, sistemas NAVSTAR/GPS, GLONASS, COMPASS, Galileo; funcionamento básico GPS. [4] Sistema de informação geográfica (SIG): histórico; arquivos matriciais/vetoriais; classes de feições; acesso a bases de dados, principais softwares livres/pagos. [5] Aplicações práticas com SIG: entrada de dados; processamento de arquivos espaciais; conversão entre sistemas de projeção, de coordenadas, e de referência geodésica; elaboração de mapas. OBJETIVOS: Capacitar os alunos para compreender conceitos fundamentais relacionados ao uso de ferramentas espaciais, com foco nos métodos de aquisição, armazenamento, processamento, e apresentação de informações geoespaciais. METODOLOGIA: Curso composto por aulas teóricas expositivas ministradas com auxílio de projetor de multimídia (Datashow) e quadro; e aulas práticas relacionadas ao processamento de informações espaciais referenciadas. VII) BIBLIOGRAFIA Câmera, G., Davis, C., Monteiro, A.M.V. 2004. Introdução à Ciência da Geoinformação. E-book gratuito disponível em: www.dpi.inpe.br/gilberto/livro/introd/index.html. / Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. 1998. Noções básicas de cartografia. Ministério do Planejamento e Orçamento, Rio de Janeiro. 127 p. / Moura, M.R. 2017. Apostila Prática – Geoprocessamento aplicado a biologia (Material didático a ser fornecido em via digital).

 

  • A dança da natureza: organização e elicitação de padrões de comportamento animal - Gibran Oliveira da Silva (20 vagas)

Alteração de título solicitada pelo ministrante. Antigo título "Freud explica? introdução ao comportamento animal

Objetivo: Fornecer embasamento teórico e prático sobre a aplicabilidade, relevância e métodos de pesquisa do comportamento animal. Abordagem: A luta pela vida, a aprendizagem geneticamente programada e a dança como linguagem são alguns dos paradigmas formuladores da etologia como conhecemos hoje. Durante o minicurso serão abordados as principais pesquisas e conceitos da etologia, como: o reflexo, instinto, aprendizagem, condicionamento, "imprinting", coloração de advertência, defesas químicas, aprendizagem por "insight", cuidado parental, predação, comportamento social e reprodução. Também serão apresentados os principais contribuidores e fundadores da etologia, como Charles R. Darwin, Nikolaas Tinbergen,  Julian Huxley, William Morton Wheeler, Konrad Lorenz e Karl von Frisch, além da realização de práticas em sala de aula e em campo, embasada nas tendências em pesquisas com animais "in situ" e "ex situ". Serão também exploradas as etapas para o desenvolvimento de uma pesquisa comportamental, os principais métodos de coleta de dados, a estruturação e construção de etogramas e os tipos de análises exploratórias e estatísticas dos dados. Nós não podemos esquecer sobre a aplicabilidade e relevância da etologia para a conservação das espécies e ecossistemas e divulgação científica. Materiais para aula de campo: celular, câmera fotográfica, gravador de áudio, prancheta, caneta/lápis, binóculos e caderno de campo. Esses materiais não são obrigatórios dependendo da disponibilidade e objeto de estudo de cada aluno.

 

  • O mundo secreto dos aracnídeos: diversidade e biologia – Me. Luiz Paulo da Silva; Me. Welton Dionisio da Silva; Isadora Pontes; Jackline Alves; Jéssica Santos (15 vagas)

O minicurso visa abordar a caracterização das principais ordens de aracnídeos (Scorpiones, Araneae, Amblypygi, Pseudoscorpiones, Opiliones, Solifugae e Acari), sua diversidade e discussão dos estudos filogenéticos recentes. Algumas particularidades da biologia e ecologia de espécies mais marcantes na literatura serão expostas. Para caracterização dos grupos taxonômicos, serão apresentados os principais caracteres diagnósticos que permitam reconhecer cada ordem, além de noções gerais sobre as suas principais famílias. O objetivo geral do minicurso é divulgar o reconhecimento dos principais táxons de aracnídeos, contribuindo para a formação geral dos futuros biólogos e, quem sabe, futuros aracnólogos. Além disso, apresentaremos as principais técnicas de coleta e preservação dos espécimes na coleção de aracnídeos da UFPB, a importância de uma coleção científica em instituições de ensino, e, por fim, um destaque aos aracnídeos de interesse médico e sinantrópicos da Paraíba e seus estudos toxicológicos recentes da região.

 

  • Insetos Sociais: um olhar ecológico, evolutivo e social – Me. Jean Miguel, Me. Israel Soares; Igor Souza (15 vagas)

O minicurso será teórico-prático, no qual será abordado  o processo evolutivo da socialidade nos insetos (Abelhas, Vespas, Formigas e Termitas), considerando a mudança comportamental. Demonstrando que esses grupos são fundamentais para a natureza e para nossa sociedade. Destacando sua importância para estudos comportamentais, distribuição geográfica, dinâmica populacional e de conservação.

 

  • Ilustração científica -Me. Daniela Granjeiro; Me. Rudá Lucena (8 vagas) Obs.: Os participantes deverão possuir computador/notebook pessoal

Objetivo: auxiliar na utilização do microscópio estereoscópico e do microscópio, ambos com câmara clara, bem como do software CorelDRAW® a fim de realizar a confecção de desenhos científicos detalhados, vetorizados, em branco e preto e com alta qualidade de resolução para publicação científica.

 

  • Substratos consolidados costeiros: caracterização e fauna associada – Me.Ellori Mota;  Me. Rafaela Duarte (15 vagas)

Os ecossistemas bentônicos são aqueles formados por organismos vivos engenheiros de ambientes, que têm o ciclo de vida ou parte dele ligado ao substrato. Estes dão suporte para uma gama de outros organismos marinhos que vivem em associação, tanto na busca de abrigo quanto de refúgio contra predadores, reprodução e também alimentação. Estes ecossistemas apresentam-se como uma gama de habitats marinhos e dividem-se de acordo com sua estrutura em: habitats de substratos consolidados e não-consolidados; entre os quais estão representados os recifes rochosos, bancos de rodólitos, bancos de lama, bancos de areia, bancos de macroalgas, recifes de corais, bancos de ostras, “Kelps”, bancos de fanerógamas e manguezais. Os objetivos do curso são: conhecer os principais ambientes de substratos consolidados marinhos rasos, discutir a importância ecológica desses ambientes para o ecossistema marinho, caracterização da fauna associada, conhecer as metodologias de amostragem de dados para realização de estudos nestes locais, desenvolver uma reflexão sobre os estudos destes ambientes, sua fauna associada e dinâmica com outros ambientes marinhos e suas implicações para a conservação. O minicurso será dividido da seguinte forma: inicialmente será proposta uma visão introdutória e uma discussão ecológica da temática; em seguida, uma abordagem metodológica em que serão apresentados alguns dos principais métodos de coleta e análise de dados em estudos típicos nestes ambientes; finalmente, será realizada uma prática laboratorial demonstrando os principais grupos animais encontrados em associação com alguns destes ambientes. Roteiro de subtemas que serão abordados a cada manhã: Dia 1 – Introdução ao Ecossistema bêntico. Tipos de habitat consolidados costeiros. Características e condições físico-químicas de habitats consolidados rasos. Biodiversidade associada: caracterização e funcionalidade ecológica. Importância geral dos habitats consolidados para a biodiversidade e dinâmica do ambiente marinho. Principais ameaças e necessidades de conservação destes ambientes. Dia 2 – Panorama do estado de conhecimento destes ambientes e sua fauna associada em escala nacional. Necessidades de estudos. Metodologias aplicadas aos estudos de fauna associada e ecologia geral de habitats bentônicos marinhos de substrato consolidados. Dia 3 – Aplicação prática de triagem de amostra de substratos consolidados costeiros (Banco de ostras, Banco de Rodólitos e Recifes rochosos). Visualização dos principais grupos animais encontrados em cada tipo de substrato. Breve análise e discussão sobre aspectos observados durante a prática (aptidões e dificuldades).

 

Minicursos com carga horária 8h (terça e quarta)

  • Noções de CorelDRAW para publicações científicas -Dra. Matilde Ernesto (15 vagas) Obs.: Os participantes deverão possuir computador/notebook pessoal

Aguardando ministrante

 

Minicursos com carga horária 4h (quinta-feira)

  • Fotografia científica com uso de celular – Me. Emmanuel Messias Vilar (25 vagas)

Aguardando ministrante

 

  • Estatística para biólogos temerosos pelas matemáticas - Dr. Fredy Alvarado (20 vagas) Obs.: Os participantes deverão possuir computador/notebook pessoal

Todos nós, que terminamos estudando biologia/ecologia e trabalhando nela, temos algo em comum: um amor transbordante pela natureza, uma necessidade inexplicável de estar em contato com plantas e animais, fungos, bactérias, vírus... tanto em terra quanto no mar. No entanto, quando nos perguntam como resolver problemas ambientais ou derivados de mera curiosidade científica, somos forçados a recorrer a um tipo de fantasma que vimos em nossas salas de aula de ensino médio e graduação (mesmo na pós-graduação!)... o temido método científico e a aplicação de técnicas e ferramentas estatísticas. O objetivo deste minicurso é mostrar aos participantes: qual a primeira coisa que precisamos fazer para não morrer tentando realizar nossas pesquisas? Quais ferramentas atuais podem nos ajudar em nosso processo? E finalmente, como selecionar métodos de análise apropriados para responder nossas preocupações (TCC, dissertação, publicação de artigos científicos...)? Este minicurso busca gerar um espaço de autoajuda, reflexão e debate sobre o que fazer e o que não fazer quando embarcamos nas pesquisas científicas. Como obter o melhor escudo e espada para enfrentar o monstro temível da análise quantitativa. Sejam todos bem-vindos, com e sem experiencia matemática.

Informações: Simposio de Zoologia da UFPB/Programa de Pos-Graduacao em Ciencias Biologicas (83) 98181718 simpzooufpb@gmail.com

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